segunda-feira, 31 de agosto de 2009

New in town

Sou novo na cidade.
Leguas a passe.
Corri em um vagao.

Acordei de noite, tarde.
A lua clara,
Como um clarao.

Pensei na vida antiga.
Nos meus romances, nos meus pais.
Como eles agiriam?
Agora
Que
Estou em paz?

O chao nao é de terra
Os rostos riem,
A casa cai.

O vento leve assopra
No casco duro
No morimbundo, que ja fui atrás.
Os nervos azuis correm, em sistemas.
Minhas costas circulam mais.

Nessa rotina nova
Desse cotidiano
A vizinhanca aprova
Minha aproximacao fugaz.

Nao estou esperando nada,
Vivendo o agora,
Amanha alguém me traz.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

"I've seen this room and I've walked this floor"

Guerra entre pele e sentimentos.
Muita matéria pra uma camada só.
Dentro, nao só ossos
Suspiros em solucos
O foco vaga a cada segundo
Ate encontrar o perdido,
O olhar,
Meu espelho,
Esvaindo.

Todos os estilhacos e poeira
Entopem meus canais,
Cortam cada milimetro de carne viva.
Já usei essa alma morta.
Desgastada, ja nao mais incomum.
Ja passei por aqui.
Cada vez, mais a diante.
Sim, dói mais.
Que venham doer.

Pele restrita,
Lágrimas contidas,
Ninguem mais vai ver.

Polegadas

Quem te ve assim,
Olhos perdidos?
Quem cruza contigo
Ja viu seus olhos na TV.

Seu charme, sua era
Canalizados em voce
Adentra minha vida
Vem chegado
Estou a merce.

Agora o sol alpino.
Sua pele fria,
Onde esta voce?

Aqui, o dia demora,
As horas arrastam
O vento preve,
Tempestade obsolenta
Cai na tarde.
Eu aqui, voce na TV

Naquele Dezembro
Naquele 29, fui te conhecer.
Sua pele branca - como imaginava.
Seus olhos claros escondidos
Num oculos escuros
Nao sabia me conter.

Nao pensei daquela vez,
Nao me perguntei
Nao questionei.
Ficava horas pensando antes
Em nosso enlace,
Nosso produto
Nosso querer.

Como eu me encaixaria em seu abraco ?
Seu afago?
Gostará de mim ?
Nao pude esquecer.

Beleza calma e serena.
Seu raio em mim nunca bateu.
Nuances de temperamento,
Ansiedade.
Irei te ter,

Agora, gostas de mim.
Gosto de ti
E nao posso te ver.
Amor desesperado,
Desenfreado.
Eu te vi ontem.
Na TV.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Achei que iria

Sonhei novamente com os olhos abertos.
Sonhando com os seus fechados em mim.
Sonhei sem a protecao inutil da coberta, sem seus bracos.
Sonhei, sonhei com tanta forca que nao sabia ao certo onde estava.
Ai ou aqui.

Levantei voo.
Fui meu proprio aviao de papel que teimava em nao pousar.
Nao tinha amortecedor
Nem a certeza que daria certo.

Era tudo só com o intuito de te ver.
Consegui ver seus olhos felizes me avistando
O reflexo do meu sorriso no seu
Ouvi a musica que tocaria
E nada deu.

Voce estabeleceu a calma
Vamos levando.
Hoje eu aqui me esfolando
Amanha é manha sem destino
Nao sei quando voltará.
Volta! Por mim, pra mim ...

Sai da sala
No corredor a pressao do choro subiu
Comprimiu todo meu peito
Dor sem desespero.
Nao pude nem buscar amparo,
Fui dormir.
Leu?

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Once


Eu só queria mostrar pra mim que eu podia.
Apenas uma vez me desvencilhar de todas as expectativas,
E quebrar o gesso que nos prende a razao.
Por fim, o molde encontra-se em pedacos,
E no fim, nada realmente pareceu libertador.

De alguma forma nao olhei nos olhos.
Menti minha idade até pra mim,
Nao lavei o rosto pra verdade.
Era só uma fulga.
Algo pra tentar fazer o ar tolerável.

Agora arco com a minha pena.
O meu julgamento que me crucifica
Saiu de mim e da boca dos outros.
É duro fechar os olhos e ser vencido pelos fatos,
Pela real frieza da realidade.
Mas nao estou junto a mim
Minha consciencia agora vaga,
Evaporando junto as minhas palavras geladas.
Gelo, só gelo.
E ninguém está no sol.

Vasos


Me sinto apagado.
Meu plano foi amassado e o papel ficou marcado.
Sao tantas dobras,
Tantas imperfeicoes.
Faz soar tudo tao mais real.

Me peguei em outros pensamentos
Me deparei com um novo coracao.
Tudo em contato é vidro
É frio,
Nao é nada.
Nao sinto mais reacao
Apenas aversao
E o conflito armado na minha cabeca.

Tudo deu errado ontem a noite.
Tudo se encaixou.
Nao precisava de provas
Eu já sabia.