domingo, 22 de novembro de 2009

O caso dos novos

O seio de sua mae já nao da mais leite, o rosto cansado de seu pai ja mostra marcas da mortalidade.
Seu caminho para a infancia nebulosa esta tomado por mato que segue para tijolos expostos de lembrancas vividas.
A vida surrou tanto voce, torceu, colocou de molho, o afogou. O pique e pega foi jogado e o predador foi a existencia. O tempo todo fugindo, se refugiando em lagrimas e oracoes ate a manha seguinte quebrar pela janela do quarto e enfatizar o fato que dali, voce tinha que sair, era mais um dia a se viver.
Os ventos enfim mudaram. Furacoes vieram, vulcoes, tapas, brisas... Saiu do casulo, foi procurar abrigo em outros coracoes, se perdeu mais. Caiu, levantou, caiu de novo e a queda dolorosa mesclou-se com outras dores, umas passadas, umas que virao. Sempre a bagagem amarrada a alma, cortando a essencia com os mil nós.
Foi nesses cortes, no chao, na noite, que encontrou o novo , com nuances claras, loiras. O novo, vistoso, bonito, com olhos fortes e indefesos. As bocas misturaram-se, a cerveja caiu. Foi ali.
O novo depois de alguns dias abriu a porta pro seu passado, velho e confortavel. O contato porém, foi mantido, o desejo, crescido.
Progressivamente, a intimidade foi sendo contruida entre aqueles novos estranhos, uma nova historia, com novos tijolos e novos caminhos bem divididos.
Pediu-lhe uma chance, confianca, mas o destino suspendeu a mente nova conflitando com a neblina do seu passado ali presente, tornando-o confuso. E o outro quer amor, quer viver. Viva com ele! Sejam felizes!
Uma madrugada cheia de pensamentos e expectativas que foram totalmente superadas pelo novo. Com um alou contido, com um enredo bonito, a conversa ali prolongou.
É puro, é carnal, é doce, é tesao, é vontade com sentimento, com carinho, com ternura, ele quer te ter.
Hoje, na tarde calma que cai o domingo, ele espera te ver, te ouvir.. Ver as nuances loiras, a boca vermelha , o desejo no ar.
Ele sabe que pode dar felicidade , ser tudo o que falta, ser tudo de novo. Se assegure disso, nele, se solta do cabo que te prende, e vai se soltar em novos campos, campos verdes, sinceros, compreensiveis, campos que querem abracar, deitar de maos dadas, com labios no pescoco.
Tem pensamentos no futuro, largue o passado e encontre-o no presente, aqui, agora.